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Qual Caminho do Equilíbrio Emocional?

  • Foto do escritor: Bárbara Fu
    Bárbara Fu
  • 29 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura

mulher numa cama com cabelos ao vento e livros em volta


“Tenho medo que as coisas cotidianas nunca mais voltem a acontecer” – eu li essa frase em uma entrevista do Contardo Calligaris em 2021.


Na época ele falava dos efeitos da pandemia, mas hoje, tenho pensado no cotidiano como esse arroz e feijão que fazemos no dia-a-dia.


Fora dos dias excepcionais - esses dias de grandes eventos – parece que passamos os demais numa gangorra entre o tédio e os excessos desnecessários.

Ou como todos escutamos com frequência: passar a semana aguardando os fins de semana.


Mas se tudo em seu extremo tende puxar um lado da gangorra, quanto esforço é necessário para manter as coisas em equilíbrio?


É possível sustentar um equilíbrio sem que ele mesmo se torne um extremo?
É possível saber o que é equilíbrio sem experimentar os extremos?

Às vezes me parece que estamos numa busca desenfreada por um ponto de equilíbrio emocional que permeie nosso cotidiano, sustentando a falsa ideia de que há uma vida plena a ser alcançada.


Somos seres complexos, movidos por impulsos, por fantasias, pelo inconsciente, pelo consciente, por nossa história pregressa, por idealizações, pela falta, por inúmeros contextos!


São tantos fatores que nos compõem que nada é capaz de nos determinar em absoluto, ninguém está fixo em uma posição permanente, a menos que dedique um tremendo esforço justamente para isso.

Alcançar a vida plena e equilibrada está mais próximo de uma grande idealização do que da compreensão da gigantesca volatilidade de emoções do qual somos compostos.

Talvez a dose certa até exista, mas não como uma medida exata e imune às temperanças da vida, mas como uma atitude contínua e diária de escolher para que lado pender.

Essas escolhas não estão nos manuais, nas listas de 6 passos infalíveis ou nas dicas de sucesso da internet, conteúdos que de tão prontos só nos afastam da nossa própria subjetividade.


São escolhas que implicam auto-observação e protagonismo, doses que só chegam na “medida certa” quando feitas no olho, no coração, na alma, ou qualquer outro nome que você utiliza quando escuta a si mesmo.


A vida cotidiana, essa que experimentamos diariamente em nossa própria companhia, narrada em nossas cabeças e sentida em cada perímetro do corpo, tem potencial pra ser sentida e ressentida diariamente, criada e recriada, nas pequenas e grandes coisas, mas sobretudo nas pequenas. Eis o cotidiano.

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©2023 Criado por Bárbara Fu

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